terça-feira, 21 de maio de 2013




http://olhares.sapo.pt/a-janela-do-farol-foto5433599.html


Esta é minha página no olhares que vou elaborando, dentro do possível, educo-me na imagem e tento garantir uma evolução. Todavia, o site olhares deixa-me cada vez mais desiludida. As conexões que estimula os seus colaboradores a fazer através de comentários são conexões vazias.
Nos comentários, salienta-se a futilidade de análise critica e ninguém detecta erros de principiantes ou traçam caminhos para o individuo evoluir no seu trabalho.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Da Janela



Olho assombrada a noite fechada na janela, esqueço-me das aflições e dos sonhos por momentos. 
Quedo-me, febril e tecida de névoas. A complexidade humana desvia-me a recolher-me e sentada olho, esta noite enigmática. A minha alma grita neste quarto silencioso, desfiam-se simulacros de conversas com ela, mas fecho os olhos. Oiço e deixo-me cair num rol de inquietações. Tento vislumbrar-me na infância, na eterna e dourada infância, suspiro, o tempo alcança-me e engole-me. 
A luz ilumina os olhos mortiços, ela fala de paixão, compara e faz oposições com quem joga cartas, sinto que ela por ser feita de vidro vai cair qualquer instante. A dor persegue-me. 
Ela senta-se. Ficamos caladas lado a lado na eminência que alguém desperte, mas presas no torpor somos envolvidas. Não sei jogar cartas, o jogo deprime-me, pois envolve concentração focada e o meu espírito revolta-se, a minha mente foge, foge para onde existe a liberdade e de alicerçes, opiniões e influências. Ela fica olhar-me fixamente e ignora-me. Aconteceu despreendi-me. Ela deixa-se ficar para trás, a rapariga de vidro. Apenas deixo-me sucumbir pelos sussuros dele, o seu toque adormece a minha inquietude. E a resposta que anseio está em mim que me deixo envolver nos seus braços.

Factores e intervenção na educação





Aprender para poder ensinar.
Primeiramente, aprender é algo que nasce connosco e que nos suscita a envolver-nos com o mundo que nos envolve, desenvolvendo e contruíndo um conjunto de preâmbulos de pensamentos que estão em constante amadurecimento e imutabilidade até ao fim dos nossos dias.
É sabido que a evolução do ser humano sempre esteve dependente dessa transmissão de saberes e da sua solidez ao passar de geração em geração. Deste modo é fundamental saber aprender de forma coerente no intuito de suscitar na relação com os outros a melhor maneira de ensinar. O conceito aprender destaca-se como o instrumento mais potente que usamos, sendo, imperativo enriquece-lo continuamente, pois é uma exigência desta sociedade que pretende testar a coerência dos seus saberes adquiridos e consequentemente habilita-los para estes saberem os aplicar.
Todavia, como dizia Parménides, um filósofo pré-socrático, ou melhor, da natureza defendia que o saber “é um saber de abismo hiante” e perante essa grandeza o indíviduo necessita de procurar apoios. Um saber que necessita da energia de um espírito jovem para doar e formar o indivíduo, o qual será ser dado por uma deusa, uma deidade, a qual associo a ideia de que anteriormente envolvia o cargo do professor, do sábio e que actualmente está em queda pelos diversos meios (livros e internet) que uma parte da humanidade tem a possibilidade de aceder.
Contudo, ensinar nos nossos dias é uma tarefa que encarrega qualquer formador de mostrar responsavelmente a viabilidade de esses novos saberes como de conseguir que os conhecimentos que transmite se ajustam às necessidades mais próximas do formando do seu dia-a-dia.
Porém, o meio ambiente de um indíviduo é o quadro que melhor exemplica o quanto os indíviduos podem ser estímulados.
Assim, a importância de imprimir uma subil inteligência em criar efeitos de estímulo orientados aos formandos de forma individualizada é forçosamente um fim que optimiza o sucesso e empenhamento de todos em cada sessão.
È claro que os métodos e processos de aprendizagem tem que ser salientados e incisivos de forma despoletar todos os potenciais do indíviduo que este usufrui e desenvolve-los da maneira mais assertiva. O ensino por si só e salientado como gotas de mar a cair não deve ser e não pode ser considerado um ensino. Sendo necessário e de forma harmoniosa saber gerir estes três pólos (formandor, formando e saber), isto é, a ideia que quero transmitir é que o formador não deve em modo algum ser o centro, pois este é lugar que é dos formandos. A exposição de saberes sem interacção dos formandos relembra o registo escolar que usufruí de um quadro despojado da vertente humana e sem interação particular com os formandos. A flexibilidade de uma aprendizagem e dos seus próprios métodos também não deve ser encarada como uma mudança negativa, pois pode eventualmente se tiver na sua integra o “saber fazer” alguns benefícios de grande estima em dois pontos. Por um lado, revela um maior aperfeiçoamento dos conhecimentos e, por outro lado, conduz a uma actualização que possivelmente se ajusta aos seus formandos.
No fundo o papel do formador durante o processo de aprendizagem requer uma sensibilidade cirúrgica., ou seja, tem que praticar uma lúcida preocupação e verificar se os formandos estão a ficar desfocados da temática dada na sessão e surtir através da gestão dos instrumentos da sala ou mesmo cativando por meio de técnicas uma atitude mais motivada.
Assim, patenta até mesmo uma reorientação do seu discurso inculca algo que simboliza uma informação relacionada com o quotidiano do formando e se torna um interesse com mais valor. Dessa maneira e dinâmicamente conduz o formando a participar activamente e a testar o que aprendeu desde os elementos mais simples aos mais complexos. Uma maneira que o leva a estruturar, ou melhor, a conjecturar novas ramificações de conhecimentos e ao mesmo tempo a fazê-los pensar.
Todavia, trata-se de um pensar educado que leva ajustar no seu conhecimento o que é essencial do que é acessório. Um meio cognitivo que articula a sua aprendizagem e experiência.
Uma aprendizagem que surte um efeito racional/prático que garante uma maior aceitação para a memorização do formando. Porém, a capacidade de resposta perante um mesmo estímulo pode evidenciar-se como múltipla.
Sendo, assim, o papel do formador é como um guia, o qual tem de definir os objectivos bem definidos e determinar-lhes a resposta correcta. Mas, ao mesmo tempo permite-lhe perceber que mesmo no fracasso da resposta é um ganho, um novo aprender que enriqueçe e não deve ser tomado como uma perda.
Contudo, inculcar no formando um espírito crítico da sua própria prestação possibilita que este se exponha e procure atingir os objectivos. No sentido lato, o formando estímula não só o saber teórico e prático, mas essencialmente uma redescoberta de si mesmo, promovendo-lhe um novo esboço das suas potencialidades e delimita-se muito acima das suas espectativas. Todavia, encontra também um novo prazer pela aprendizagem, prazer voluntário, o qual ninguém deve ser forçado nesta procura, isto é, as variantes de esforço deliberado e atentação efectuam uma incentivação que únicamente pode ser despertada pelo formando no ínicio e não pelo formador. Desse modo, salienta-se no formando um florescimento de várias carácteristicas extremamente vincadas daquilo que conheçe e desconhecia de si mesmo.
Em última instância, uma aprendizagem efectuada nestes contornos cria um elo mais próximo entre o formador e os formandos. Dessa maneira, forja também um encantamento que os leva actividade e promove uma resconstrução da figura obsolenta que até aqui foi presidiu do professor típico do nosso registo infantil ou juvenil. Um registo que é um factor pessimista e controverso na medida que influência todo o processo de aprendizagem, isto é, o formador deve ter a consciência que como transmissor de informação é também um modelo a seguir. A relação formador e formando determina na medida que pode suscitar uma má ou boa rememoração e influenciar-se como um factor decisivo.
Há luz deste diverso espólio de factores e métodos de aprendizagem que são imperativos e necessidades a cuidar para conceber um saber, mas um saber fazer que na realidade seja bem ajustado e actualizado para possibilitar a maior realização profissional do indivíduo ao longo da sua vida. È evidente que uma formação submetida sobre estes diversos pontos forma o indíviduo, desenvolve o seu intelecto e torna-o um cidadão mais apto e que ostenta uma postura mais presente e decisiva nas mudanças que surgem no seu país. È imperativo formar e suscitar o pensamento nestes novos cidadãos formulando uma nova atitude política, ética, estética filósofica que estimula e aprecia o sujeito a ser mais responsável e ciente do seu espaço e do mundo.  A relação que o formando estabelece no seu percurso salienta-se para este como útil e determinante e os métodos utilizados não são inocentes, pois no fundo o formador deve ser um estratéga que define o mais considerado para a situação dos seus formandos e sessão. Todavia, esses mesmo factores e métodos são sempre medidos e pesados sem exageros e indiferenças para o formador não se evidenciar como extremista ou desinteressado e não acabar por comprometer toda a formação.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

grão de areia

Se pensarem em mim imaginem-me como um minúsculo grão de areia no meio de um deserto.
Hoje, sou um ser pensante que sente um fervor de escrever, de reorientar e organizar um universo de questões que se desfiam infindavelmente ficando sob uma forma confusa e acabo por ficar como um Tales de Mileto, a contemplar o universo.
Quem ainda não se espanta com vida? Consigo mesmo, aliás espantamos terrivelmente quando somos irremediavelmente puxados pelos grilhões deste fado, que nos controla como marionetes. Será que pensamos até no instante que antecede todo o erro? É claro que sim, surge como uma tela a preto e branco, ridiculamente lento e cristaliza a origem, o nascimento de todo o erro que atraiçoa esse estranho racionalismo que somos feitos.
Mas esta sede de especular sobre o universo está em nós desde tenra idade e que ironicamente provoca cada ser pensante, principalmente quando falhamos e relembra-nos que o mundo e toda a sua ausência de sentido têm nele uma inteligência superior e de carácter extremamente enigmático, que nunca conseguiremos apreender uma imagem completa daquilo que realmente é. Enfim, abrange-me todo este início de teor quiçá religioso e sob contornos místicos.
Mas, como ainda acalento aquela infantil atitude de querer encontrar um sentido racional para todo este rol de dúvidas e de vias, procuro, mas faço-o como se nunca tivesse caído uma única vez, sem sentir todo aquele esgotante sentimento de desgosto e de frustração imanente de qualquer adulto que vagueia neste mundo. Sou uma tola como tu, procuro entender todos estes preâmbulos labirínticos e perco-me, mas não me perco sem antes soltar o louco que continua cegamente depois de mim, uma sequência que é espelho de todos os comportamentos desses outros rostos lívidos que caminham ao meu lado.
Por vezes, esqueço-me que este cogitar pode levar ao arrebatamento final, mas deixo-me ir, como uma criança tento identificar as côdeas do pão deixadas para trás na minha anterior passagem numa floresta impregnada de sombras e luzes: anseio em encontrar solo racional para entender todo este muco de crueldades e de misérias que se encontra em todo o lado.
Sei que alguns já enlouqueceram, mas como sei que ainda não o estou? Relembro-me de uma conversa entre o Gato de Cheshire e Alice:
- Mas eu não quero me encontrar com gente louca", observou Alice. " Você não pode evitar isso", replicou o gato. "Todos nós aqui somos loucos. Eu sou louco, você é louco". "Como você sabe que eu sou louca?" indagou Alice. "Deve ser", disse o gato, "Ou não estaria aqui".
O país das maravilhas é uma parcela escondida no nosso sistema neurológico, uma fuga para todas as loucuras, mas no fundo é um espelho deste mundo louco, ainda mais louco que o mundo do matemático inglês Charles Lutwidge Dodgson, sob o pseudónimo de Lewis Carroll.
A sua imaginação na sua opinião é como a matemática infinita e possível como surpreendente em todas as suas combinações. Ainda bem que sofro de parte desse mal, um mal necessário que fustiga a cair em devaneios quando sinto uma aguda dor de incompreensão sobre o rol de esquemas que se apresentam perante mim.
Sou eu, Ana, um pequeno grão de areia igual a ti.

Direitos dos animais





 É muito complicado mesmo para algumas mentes humanas reconhecer que os animais têm direitos, principalmente quando eles não mostram ostentar um raciocínio de “logos” como o homem. 
É evidente que é mais problemático, quando, se conhece casos de animais em que o sofrimento é constante. E tentar fazer ver e valer os seus direitos é uma acção que choca, porque há uma massa populacional que tenta convenientemente ministrar uma forte repressão a qualquer linha de inteligência por parte destes ou por aqueles que os defendem. Assim, é visível que esses indivíduos têm uma forte propensão em menosprezar não só os seus animais como os seus direitos e levando-os a se reduzirem a coisas ou instrumentos. Isto porque se acham superiores em relação a eles. 
O próprio Descartes considerava que os animais sem raciocínio, sem pensamento nenhum, que possibilitava provocar facilmente dor e muitas vezes para orientar as suas investigações fazia cirurgias em animais vivos para lhes estudar o funcionamento de organismo em vida. À custa desta atitude muitos filósofos se revoltarem e buscarem contradizê-lo. 
Os animais sofrem. É um facto mas, sentem. E contrapondo esta afirmação uma das figuras que se salienta é Rousseau que considerou que os animais estão subjugados á sua condição, porque não são “livres e respondeu mecanicamente, mesmo quando algo lhes seria vantajoso”. Na História para assegurar que tem direitos teve que ser possível existir um ampliar das mentes para fazer ver que onde há sofrimento, tem que haver o interesse de protege-los e elaborar direitos que os protegem. Esse interesse que “fundamenta os seus direitos”. 
Nesta “ fenomenologia do sofrimento” é possível descortinar que por esta faceta pode-se comprovar a diferença, que o animal sofre e não é algo como uma máquina. Esta particularidade sujeita em nós um respeito e solidariedade. No entanto, a questão inclina-se sobre o ponto nuclear: porque é que só o respeitamos no fim de submeter os animais a condições atrozes e sem qualquer piedade. O gato como mostra esta publicação da acção animal tem em vista travar um acto repreendedor que repugna. E o próprio gato parece exclamar por socorro com o próprio olhar. 
Uma situação que não pede outra coisa e só mostra o quanto o acto é desumano. No entanto, quais são os usos do gato para o Homem ao longo dos séculos, para as sociedades. O mito fala que o gato saiu do próprio leão, mas não é de mitos que buscamos e sim o seu percurso em utilização com o Homem. O gato até á nossa actualidade tentou sempre lutar e trabalhar para ter uma posição privilegiada. A sua sobrevivência melhorou vivendo perto do homem embora, sinta o lado espinhoso. 
Só teve uma época que foi malvisto, isto é, quando na idade média foi associado às bruxas, dadas como espíritos malignos que vinham prejudicar a mando do Diabo. 
Todavia, foi novamente apreciado em certos casos e nos navios por ser um óptimo caçador. E destacou-se em exposições para apresentar a pureza à sua beleza da sua raça. Todavia, qual o uso exposto no artigo? Vaidade. Puras vaidades que as empresas, centros de moda, fábricas que se alimentam e de igual modo são incentivadas para exercer tal prática. Uma necessidade de vestuário que na realidade não é necessidade. Os próprios modos de matar os gatos revelam a insensibilidade e pouco respeita  aqueles que torturam até á última célula de pele. A dignidade dos animais que são usados é por este modo reduzido a “objectos” superficiais e de cosmética. Na sua própria morte como engolem água, nem sequer podem “gritar pela moda”, porque são eles mesmos que vão ser usados. Contudo, a crueldade humana explícita é contrariado por aqueles que a expõem e tentam travá-la.

A evolução do papel de mãe na mulher

Shopenhaeur na Metafísica do amor, elabora a tese em que uma das características baseiam-se no facto de quando um homem e uma mulher se olham estão a medir as suas características e tem um vislumbre de um filho possível. Nesta obra do filósofo alemão dá-se ênfase a constante aparência do amor e cria-se uma realidade em que exprime que o único objectivo do homem é, por mais logos que ostente, o desejo primitivo da espécie. O homem por mais que tente é impelido a seguir o ímpeto do génio da espécie. Nessa obra Shopenhaeur percorre todos os atributos do homem e da mulher e vê neles a razão e o momento exacto para conseguir. 
No entanto, se hoje uma mulher e um homem fora desses padrões quiseram conceber. Qual será o perigo que a criança ou “mesmo a ansiosa mãe”tem nos nossos dias. 
Ora, recuando á própria bíblia revela casos semelhantes, de uma mãe estéril e de uma certa idade, isto é, Isabel, autora de muitas frases da ave-maria foi-lhe concedido a dávida de ter um filho por Deus. Desta gravidez surgiu uma figura crucial que acompanhou Jesus. 
Os casos de esterilidade, velhice ou desejo de querer ter um filho vêm de longe e percorrem o tempo até á nossa actualidade. 
Naturalmente, o percurso para ter um filho mudou bastante seja para mulheres inférteis ou já com idade avançada. Ora, o direito ou desejo de ter um filho surgiu com as primeiras campanhas de contracepção. Algo que revolucionou as mentes sobre ter ou não ter um filho reduzindo de certo modo “o chamamento do génio da espécie que tanto Shopenhaeur falava”. È com o suceder dos anos o papel da mulher a mudar na sociedade acabou também por influenciar o número de filhos por casal e o momento oportuno para ter filhos. 
No entanto, nos nossos dias suscita-se, sob esta linha sondagens que provocavam que as mulheres têm filhos tardiamente. Mas, também surge o outro lado, casos de mulheres que desejam conceber e conseguem tendo idades que passam as fronteiras da altura segura. È o caso desta britânica Patrícia Rashbrook que teve uma gestação de sucesso aos 63 anos. O que a torna como enfatiza o artigo, uma das mães mais velhas do mundo. O que é um enorme contraste com todas as aquelas possíveis mães que iniciam uma esterilização voluntária de tempo indeterminado. Mas o que é este desejo, quer do homem ou de mulher, de querer procriar? E mais que se torna um dos direitos mais fulcrais de toda a existência. Uma existência que, quiçá, por ter uma determinada idade, se torna mais e mais acentuada. Aqui a noção de filhos salienta-se ao máximo, isto é, “faz subir em flecha” nestes momentos, os quais deseja a melhor na melhor oportunidade ou no fim e impulsiona o desejo de após a menopausa de conceber. Mas, por vezes por ter também tomado a pílula por demasiado tempo tem a grave consequência de tornar a mulher infértil. È evidente que os casos são diversos quando chegam ás mãos de um médico estabelece uma visão mais real da criança aos pais como a visão da criança aos médicos. Ligação que é visível até a olho nu. O médico Severino Antinon que tratou Patrícia submeteu-a a um só tratamento de fertilidade, que se tornou viável devido ás capacidades conservadas e apresentadas pela mãe, ora, constate-se “ Rasbrok era perfeita” para o tratamento porque, embora, tivesse 62 anos, tinha uma idade biológica próxima dos 45 anos” e mais á frente “ era magra, em suma, preenchia todos os requisitos para ser mãe”. Haverá mesmo benefício em continuar a usar a pílula? Em colocar expressões de “carreira” a frente de uma hipótese que poderá não ter se fosse mesmo infértil. Uma situação que leva mulheres a adoptar crianças na esperança de com elas criaram a ligação materna tão própria da biológica. Os requisitos de uma boa conservação anatómica são particularmente favoráveis e importantes pois sem eles a mãe e a criança poderão correr risco de vida. Como também em termos biológicos os óvulos femininos consoante o inicio de menstruação estão presentes com as mulheres até á menopausa, isto é, quanto mais cedo uma mulher tem um filho está provado que o infante tem maiores possibilidades de ser saudável no nascimento e durante a vida, mas também aumenta a sua longevidade. O que como é perceptível não sucede ou acontece raramente em mulheres de idade avançada e de risco. 
O caos de Patrícia não deixa de ser controverso, pois vive-se sob a ideia vigente que é essencial o uso de todos os produtos para evitar engravidar. 
Situações necessárias nos dias de hoje, mas usadas por vezes de modo extremista e em exagero que denotam os casos daqueles que querem e que já não podem. No entanto, a Patrícia engravidou, logo, após a primeira tentativa e não teve problemas. Este caso de Patrícia não é o último caso, mas vem a público o facto de mães de idade avançada contrariarem a tendência de o não queres, por não estar na altura, por não haver condições, por não simplesmente de não se acreditar na vida. 
Actualmente, há o caso de uma actriz estar a lutar contra o limiar do seu relógio biológico: mais uma vez o tempo passa e há oportunidades que passam e pouco podemos fazer.
Vanitas vem directamente do espírito da máxima bíblica VANITAS VANITATUM ET OMNIA VANITAS (Ecc.1:2) - vaidade das vaidades, tudo é vaidade. 

Tu e eu: somos seres finitos! 
A única e sempre presente depressiva constatação leva-nos a entrar em agonia. 
Todavia é aquela que mais se repete em cada viragem de século: a inclinação vaidosa e puramente humana que tenta em vão repelir essa ideia e em vez de desejarmos o dia como se fosse o último, recaímos a circundar-nos de um grotesco espólio de objectos inúteis que pensamos ter neles uma confirmação mais firme da nossa vivência. E, no afinal não passam de uma forma que conjecturamos na nossa razão de ocultar de nós mesmo a verdade, uma realidade atroz. No fundo amamos o longe e a miragem! Em vez do perto e do que é valoroso
Assim, sob esta faceta paradoxal que deambulamos vivemos perseguindo a luxúria e a opulência desesperadamente, rodeando-nos de uma enorme massa de objectos sem sentido e de momentâneo interesse, imagino que seja o princípio desta rede que tecemos de consumismo e capitalismo que afecta gravemente a economia. Um facto que faz nos esquecer o que desejamos e vivemos numa fome de querer/poder como se ao apropriarmo-nos desses objectos estivéssemos a edificar uma barreira que a morte nunca conseguisse chegar, mas nada consegue travar cada grão que cai sempre com a mesma rotineira imparcialidade na ampulheta que concentra a existência que se esvai, pois desde o inicio que tem nela imprimido um rótulo de validade. O mal-estar que se avista nos nossos pensamentos embrenha-nos a entender como esta verdade se mostra enraizada por vergonha e recusa e acima disso reconhecemos o seu carácter intemporal por esta mesma linha que afecta cada ser humano que reflecte sobre a sua passagem. 
É evidente que procuramos todos uma solução e tentamos evadir da aceitação, mas a linha de pensamento que revi e que se pode verificar encontra-se nas atractivas e de modas (infelizmente) filosofias budistas e hinduístas, as quais ensinam o básico e o esquecido pelo ocidental, a procurar o que está em nós, a despojarmo-nos do supérfluo e amarmos o que realmente interessa. Mas, nem sempre estas modas e filosofias são adaptadas por inteiro na nossa cultura e acabam mesmo por ser usadas brevemente. Em sentido lato, estes ensinos por ostentarem um teor tão primitivo e sem complicações acaba por ser ignorado muito facilmente, o que faz ressaltar o pouco crédito que se dá devido à sua simplicidade para serem realmente compreendidos por uma sociedade de pressas e de cegueira. 
Todavia, é imprescindível denotar que este rastro desses tempos antigos foram inicialmente registados pelo olho observador dos pintores, os quais posteriormente foram substituídos pelos fotógrafos quer profissionais ou amadores e que actualmente possibilitam-nos no seu registo comparar o estranho comportamento a evidenciar-se na contínua mutabilidade de objectos. E, incrivelmente, desvenda-se a mesma mensagem pesarosa e sibilina de como é a nossa relação com a morte. Estes registos mostram como é fascinante a nossa recusa, a luta perante a finitude, mas acima disso é um quadro geral e comum a todos os seres humanos que fraquejam e vivem sob a angústia da aceitação da nossa mortalidade. 
Estas amostras que contemplamos denotam simbolicamente e de forma artística esta fuga emblemática, muito peculiar de naturezas-mortas que forjam a saliente diferença deste tema que assalta o espírito de cada observador por se mostrar tão constrangedor na sua afirmação sobre o telos humano. Mas, o desfile soturno continua e persiste em cada tela que tem nela pincelada a preocupação irónica e tenta mostrar a intensa alusão moral dentro desta avassaladora dicotomia e repreender sob imperativo gritante para uma reflexão, um marco que pode travar este rejúbilo fútil e sem sentido dos típicos prazeres humanos, que são mais breves e vazios que se pode alguma vez compreender. Estas sensações efémeras e ocas que nos movem, quiçá por impulsos freudianos a procurarem uma ínfima possibilidade de desfrutar de uma felicidade erógena aspirada sob contornos platónicos e que nunca se realiza, deixando-nos em espasmos de frustração por apenas tocarmos no ausente e assim vivemos na contínua saudade que nunca se irá dissipar do nosso génio. Uma ausência sempre presente e sentida que nos leva a substituí-la em materialismos que se contrapõem com a cada vez mais próxima e triunfante morte, que representa a origem do nada que já advimos. E, deste modo, ficamos confusos ao olhar a para sempre a enigmática e sorridente caveira que imprime a nuclear ideia de usufruir da sapiência que ainda não possuímos, de conhecer o outro lado e rir do nosso desespero, da nossa incompreensão e fuga. Ai se soubéssemos! 
Uma temática que fustigou um vasto leque de pintores entre o século XVI e XVIII e inspirou diversas manifestações da arte, nas quais se declara o peculiar gosto sobre estas reflexões em sugestivas composições traçadas em preto e vermelho, revelando um momento quotidiano, mas que na verdade é um regresso à linha da antiguidade grega iniciado por Zéxis e Parrácios, os quais estimulam o uso ilusório do trompe d´oeil, que expressa a errância dos prazeres e impulsos mundanos, a exacerbada preocupação pelo lado material, a compra de excessos e alimentação doentia por este feiticismo consumista e comportamental inconsciente e carnal que se quebra perante a constatação - Vanitas, vanitas, vanitas….que irremediavelmente se abre como um fim castrador e sela todas futuras possibilidades deste continuo desejo sem sentido. Um termo que me relembra o vocábulo inglês vanish, incentivando pelo lado fonético o v que mal se expressa vocalmente e para logo desaparecer deixando um presságio que tudo tem um fim passageiro e que nada é definitivo na terra. E, se esta temática antes criticava os excessos de uma época esbanjadora e bajuladora dos prazeres mundanos com severidade agora renova-se a cada século em fotos sem olho estético, mas manifestam uma venda pessoal no talho virtual que muitos donos de perfis instituem no mundo da internet. E, em tempos de mediocridade e de crise melancólica cada um procura algo para se tornar mais real, fugindo da confirmação, a qual desliza no seu coração com a verdade trágica que se revela como uma aparição que se torna o seu eu mais visível, a sua ideia de ser indiscernível e irrepetível, de ser um eu que em reflexão constata a sua posição de ser essencialmente único em contrate com todo o resto da humanidade. Mas, verifica a sua presente deterioração e a incapacidade de poder fazer algo contra. Um poder que nos abrange e nos arrasta sem percebermos e a cada minuto, a cada palavra que escrevo: todos nós estamos mais perto do último sopro. Apesar de sermos efémeros costuma-se dizer que éramos invejados pelos deuses, pois mesmo sendo escassa não podemos escondermos sob um efeito de avestruz, mas sim viver o melhor que podemos não na superficialidade, mas usando a linha de ataraxia a moda do heterónimo Ricardo Reis, de Fernando Pessoa, e deste modo, perseguir o sonho que nos atravessa logo pela manhã, pois a vida é fugaz. Assim, vivemos sob a consciência bem lúcida de a cada passo não podermos regressar para trás, de vivermos sempre em frente com amargura que o nosso tempo é breve! É um viver desencantado, sem escudos ou espadas para enfrentar demónios e impérios, pois estes primam pelo puro engano, nada trazemos, ficamos apenas com óbolo para pagar a travessia. Estas reflexões são iniciais, mas traçam a incerteza da vida perante a certeza da morte. O nada, o desconhecido que se aventuravam muitos e que inspiravam as pinturas de arte morta da temática Vanitas na altura dos descobrimentos, embora actualmente toda a terra se conhece ou pouco ficou por conhecer, falta compreendermos que é imperativo retornarmos a nós e descobrirmos o mais valoroso e nunca nos iludirmos como supérfluo que desfiguram como a vida pode ser suave se a vivermos realmente mesmo vivendo na dicotomia de uma depressão de altos e baixos, em que ora estamos lá em cima a tentar experienciar ao máximo e logo estamos cá em baixo mais lúcidos que nunca perante a nossa finitude. Esta vivencia mimética atrai por fatalidade os ritmos aceleradores que estamos presos, a cobra nietzschiana que nos sufoca e entra loucamente para dentro da nossa boca, declarando que somos demasiadamente impotentes para reprimir o seu avanço e o super-homem nunca se descobre, está apático ou em choque. E, tornamo-nos, algumas vezes no louco que é afinal uma marioneta perante este ridículo teatro que não conhecemos o guião e nem vislumbramos o ponto para nos dar qualquer dica, ficamos quedos quando reconhecemos que a única parte que sabemos é o fim, o desenlace desta história. Mas, é o princípio para o regresso para o nada de onde viemos. Se da mãe nascemos por um elemento feminino, a ceifeira somos colhidos e maternalmente nos educa sobre as origens, sobre as primeiras questões filosóficas que qualquer homem efectua ao racionalizar: quem somos, donde vimos, para onde vamos! 
E, como um agregado de moléculas, desaparecemos e continuamos a persistir noutras matérias, no pó que numa maneira telúrica e bíblica viemos do pó e ao pó voltamos.